segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

TIGRANES VII (339-350 d.C.)

Tigranes VII, em armênio Tiran (Տիրան), conhecido também como Diran, foi um rei cliente romano da Armênia de 339 até 350. Ele foi contemporâneo e associado à vida de São Sarkis, o Guerreiro, e seu filho, São Mardiros. Tiran era filho e sucessor de Khosrov III Kotak, sendo neto de Tiridates III e sua esposa, Ashkhen, reis e santos armênios. Tiran era o tio materno de São Nerses I, futuro líder espiritual cristãos da Armênia. Embora fosse de arsácida de origem parta, o nome de Tiran (grecolatinizado para Tigranes) era o nome real mais comum na dinastia anterior, a dos Artaxíadas, que governara a Armênia de 190 a.C. a 2 d.C. até ser suplantada pelos Arsácidas da Pártia.
Montanhas da região de Vayots Dzor na Armênia
Quando o pai morreu em 339, Tigranes sucedeu seu pai como rei da Armênia. Pouco se sabe sobre a vida antes de se tornar rei. Tigranes era um cristão sem muito entusiasmo, mas foi o primeiro monarca arsácida a aderir ao arianismo (vertente teológica cristã que negava a divindade de Cristo). Apesar de Tigranes ter sido aprovado pelos aristocratas cristãos da Armênia, o rei foi uma decepção, intelectual e moralmente e seu reinado foi marcado por conflitos tanto interna quanto externamente. Tigranes antagonizou o clero e a grande família Mamikonian, que tinham sido um esteio para o trono de seus antecessores. Ele tinha muitas discordâncias com o catholicos reinante e São Husik I o criticava por sua conduta privada e em público. Isto levou Tigranes a ordenar a morte de São Husik I que foi espancado até a morte sob as ordens do rei, porque o catholicos negou-lhe a entrada em uma igreja em Sophene num dia de festa em 347. Tigranes massacrou ainda as duas importantes famílias armênias, os Ardzruni e os Reshtuni, as quais acusou de terem relações secretas com os Sassânidas. Tigranes VII, cioso de seu poder e receoso de perdê-lo, tentou em várias ocasiões, sem sucesso, esmagar o poder dos senhores feudais (os nakharars) da Armênia, o que está registrado entre seus atos de barbárie cometidos.
File:Zangezur mountains-IMG 1010.JPG
Montanhas Zangezur na Armênia
Na política externa, Tigranes estava preocupado principalmente com o rei sassânida Sapor II. Esse rei lançou-se em uma guerra contra Roma e seus aliados, em primeiro lugar, perseguindo os cristãos que viviam na Pérsia e na Mesopotâmia e suas investidas deram um duro golpe no prestígio do poder romano no Oriente. Sapor II invadiu a Armênia com o seu exército e, eventualmente, levou Tigranes, sua rainha e sua família como reféns, tendo sido traído pelo seu camarista. Tigranes e sua família tornaram-se cativos dos Sassânidas e ficaram aprisionados na capital sassânida, Ctesifonte. Depois de ter sido acusado de conluio com os romanos, Tigranes foi cegado e jogado na prisão. Os nobres armênios furiosos com a brutalidade de Sapor II e seu tratamento para com Tigranes e sua família, pegaram em armas e lutaram contra o rei persa e seu exército com a ajuda dos romanos. Eles expulsaram com sucesso a Sapor II e seu exército da Armênia. Depois que o rei sassânida foi derrotado, ele assinou um tratado e concordou em liberar Tigranes e sua família da prisão. Como Tigranes estava deprimido e cego, ele abdicou do trono e seu segundo filho Arsaces II (Arshak II), sucedeu o pai como o rei armênio em 350.  Tigranes VII teve três filhos e uma filha: Artaxias, Arsaces II (Arshak II), Tiridates e Eranyak. Por fim, o velho e cego rei Tigranes foi estrangulado secretamente por seus eunucos por ordem de Arsaces II ante o apoio do pai ao príncipe Gnel, filho de Tiridates, um dos favoritos ao trono.

FONTES:
http://en.wikipedia.org/wiki/Tiran_of_Armenia
http://fr.wikipedia.org/wiki/Tigrane_VII

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